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"Que a cada manhã haja força cada vez maior sobre a vida dos que trabalham em prol Reino de Deus".

Por: Pr. Paulo Merétika.


Neste início de 2010 vamos falar um pouco sobre mentoreamento. Esta ferramenta tem
sido adotada por vários líderes que desejam um crescimento ministerial. Ele se faz através de um acompanhamento mais de perto, no entanto, se difere de pastoreio ou discipulado.

O mentoreamento ministerial tem estado em moda atualmente no Brasil, pois muitos líderes entenderam que precisavam de assessoria e acompanhamento. Este método é muito usado no meio empresarial, pois de certa forma, eles descobriram os benefícios desse tipo de assessoria. No Brasil, o método começa a ganhar simpatia e adesão dos líderes nacionais, mas, lá fora esse processo já é fortemente difundido. Aqui muitos jovens vocacionados que estão iniciando a carreira ministerial, começam ser acompanhados por outros colegas com maior experiência no ministério pastoral.

Através de um bate papo ou mesmo através de entrevistas, o mentor procura potencializar o desempenho do mentoreado, de maneira que ele possa alcançar os objetivos desejados. Normalmente o mentor dá conselhos e procura servir de referencial para o mentoreado, mas também, compartilha sabedoria, não só no âmbito ministerial, mas em diversas áreas que levam o jovem pastor a ter profundidade de relacionamento com Deus.

É fato que na bíblia há exemplos de mentoria tais como: Paulo e Timóteo, Elias e Eliseu, e o Sacerdote Eli, que de certa forma, mentorea o menino Samuel. Como Hofni e Finéias se desviaram do propósito de Deus, o adolescente Samuel aprendeu o oficio sacerdotal através da vida de Eli, posteriormente recebeu o chamado do Senhor para ser o ultimo grande sacerdote naquele ministério. Hoje ainda existe uma carência de literatura tratando especificamente do tema, entretanto uma das poucas obras foi editada pela editora Sepal. Nela, David kornfield, assemelha o mentor ao papel de um pai apoiador, que de certa forma, se adapta a variação do filho mentoreado. Na obra, David expõe cinco modelos de métodos de mentoria, que vão de um atendimento individual, passando por atendimento em grupos, ou de forma especializada.

Há uma lacuna muito grande com relação ao tema, mesmo porque no Brasil, a grande maioria dos líderes, não tem a cultura de ouvir ou submeter-se a conselhos de pessoas experientes. Esta visão, esta sendo mais aceita e compreendida agora, porém muitos pastores mais jovens, não querem deixar transparecer a falta de experiência, ou mesmo que precisam de ajuda. Trajam uma roupagem de líder experiente e extremamente capaz.

Outro aspecto é a existência de certa confusão no entendimento do que é discipulado, mentoria e pastoreio de pastores. Evidentemente o mentoreamento é um processo de crescimento em todas as áreas da vida, e, de certa forma, está um passo a frente do discipulado, pois trata-se de um relacionamento mais profundo que promove uma comunhão onde há uma troca de experiências e aprendizado. Em muitas denominações ele já esta inserido no processo de hierarquia, e todos os membros recebem um mentoreamento incluindo a alta liderança da denominação. Eles recebem acompanhamento para um maior aprendizado e desempenho, o que os torna mais dinâmicos, pois sempre há alguém com quem compartilhar e extrair experiências quando tudo se torna escuro e uma névoa atrapalha a visão.

Houve uma geração que não teve a oportunidade de ser orientada através de um mentoreamento, muitos buscavam subsidio aqui e ali entre colegas que pulverizavam coisas a respeito do ministério, mas era como se agregar pequenas peças de um grande quebra cabeça, que aos poucos, ia permitindo ao colega ter uma tênue luz do que significava o ministério pastoral.

Na verdade o ministério pastoral não nasce junto com a vocação, ou mesmo com o chamado, ele é desenvolvido com o passar dos anos, diante disso, a grande maioria das igrejas terceirizam a responsabilidade do desenvolvimento pastoral para os seminários. É obvio que os seminários buscam fazer com que o seminarista exercite seu
relacionamento espiritual com Deus e com demais lideranças, porém a grande ênfase é ensinar os elementos teológicos, o aluno esta ali mais para um aprendizado acadêmico do que um acompanhamento ministerial.

O mentor precisa andar junto ao mentoriado, e isso demanda tempo, e tempo é o que muitos colegas não tem em suas agendas. Daí a necessidade de se promover encontros para se manter vínculos com mentoriados, o processo de andar juntos é extremamente importante neste aspecto de mentoria.

Para que o processo de mentoria de certo, é preciso que o mentor entenda o real significado do termo, sendo também abalizado pelo tempo, tendo ele base e capacidade para ensinar. Paciência e disponibilidade são outros fatores importantes para quem quer mentorear com qualidade, o processo exige seriedade de ambas as partes, mas principalmente da parte do mentor, ele é o que deverá ter paciência para ver os resultados colhidos pelo mentoreado.

Evidentemente muitos não possuem esse tipo de visão, tão pouco entendem sobre o processo, deixando que os seminários se encarreguem por esse tipo de auxílio. Outros por usar métodos parecidos, repassam essa tarefa para líderes neófitos, com pouca experiência no ministério, principalmente pastoral.

Para quem deseja iniciar um processo de acompanhamento, primeiramente, precisará ter calma, sabendo que o processo deve acontecer de forma natural e gradual, onde o mentor não terá um prazo determinado para finalizar o acompanhamento. Como orientador ele deverá iniciar o processo com lições simples, posteriormente ajudá-los repassando as mais complexas, assim deixando com que o mentoreado busque no orientador aquilo que precisa para o seu auxílio. É de extrema importância que o mentor disponibilize seus conhecimentos afim de ajudar o jovem pastor.

Muitos colegas que tiveram a oportunidade de terem sido acompanhados na sua trajetória ministerial agradecem a dedicação e orientação dispensados a eles no inicio de suas carreiras ministeriais.
O processo de andar junto e ser orientado, concorre em um grande benefício para o jovem vocacionado. Receber assessoria no inicio do ministério faz toda diferença, pena que alguns se ensoberbecem achando que sabem de tudo, não aceitando a orientação dos mais experientes, mas cuidar uns dos outros com empenho, deve ser o desafio das igrejas e dos líderes no presente século.

Alguns modelos de mentoria tem sido aplicado no processo de mentoriamento, entre elas, a mentoria especializada que faz uso de apenas um mentor para cuidar da vida pessoal, e outro para cuidar da vida ministerial. Outro aspecto tem o uso de mentoria formal e informal, que neste caso leva o mentoreado a ter um compromisso formal de encontros. No informal, acontece quase que por acidente no percurso da vida cotidiana, sem que muitos saibam, é o que mais se usa. Este tipo de mentoria é algo que acontece sem expectativa nenhuma, simplesmente acontece, porém não quer dizer que não possa ser oficializado, caso haja é claro, um entendimento de ambos os lados.

Sumário extraído e analisado sobre o artigo publicado na revista igreja de novembro de 2009.

Postado por AMCEIBR terça-feira, 9 de março de 2010

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